Carta de 29/09

Pyanepsion 10, 1º ano da 697ª Olimpíada.

Phile mou...

Hás de notar, pelos termos e modos desta carta, que eu talvez tenha revisto o que te disse em uma das últimas.

Naquela época eu não trazia aberto o acesso aos umbrais mais internos e calorosos de minha alma afeiçoada. Por isso te deixei claro minha intenção de não me envolver senão da mais forma mais pura e plena, aquela em que consideramos muito o outro sem amá-lo mais que a si e que mantemos uma intimidade sem confundir-nos com o outro.

Mas agora que me livrei do peso que se atava a meu pescoço, sinto que tenho permissão de virá-lo e, quem sabe, não sejas tu quem ali estará a me olhar, esperando uma conexão real e silenciosa. Por coincidência ou destino, aproxima-se o tempo de encontrar-te, e os deuses me propiciaram essa oportunidade de resolver o que ainda me prendia nos calabouços de mim mesma, antes de ver-te.

Livre sigo, e não peço nada. Se momentos nos unirem, não serão amarras. Poderão ser laços, simples de desatar, ou poderão ser apenas fitas de seda deslizando entre nossos dedos, antes e depois dos folguedos de primavera que muito me aprouveria ter contigo. De hoje até o dia em que minha situação mudar, dependerá de ti que isso aconteça. Pois, da minha parte, já deixo claro aqui minha disposição favorável a um sim.

O momento é tudo. Mesmo que ele seja eterno.

Alexandra
1 Response
  1. Petraios Says:

    Só pra testar e dizer que todos elogiaram sua carta... parabéns! moça;