Carta de 14/08

I.,

Hoje sonhei com você.

É engraçado como parece um encontro consciente, já que eu sei que você já se foi e a gente fala sobre isso. É como um momento das conversas que não tivemos e não poderíamos mais ter.

Contei que não sei o que vou dizer quando for encontrar teus pais. Comentei como teria dado para te trazer de volta através da magia se a morte ainda fosse recente, mas já passou do tempo em que isso teria sido possível. Ouvi de ti que me amavas e perguntei se teremos que esperar a próxima vida. E foi como se me dissesses que ainda podemos ter isso aqui, esses momentos de encontro em outro plano, onírico para mim e, sabe-se lá como o chamas daí, pra ti.

Sempre é bom sentir teus lábios novamente, e teu nariz macio. Às vezes eu quero acelerar o tempo para te encontrar logo de novo, e às vezes eu prefiro ficar para fazer tudo o que não pudeste.

Sabe, semana passada 'psicografei' uma carta dele, num momento em que ele sabia que estava pensando em ti. E ele me disse que não foi por acaso que fui deixada sozinha. Na hora eu entendi que o que tenho que fazer não poderia ser de outro jeito, mas talvez nem seja só isso, afinal as coisas não giram em torno da missão para a qual me mandaram. Acho que ainda não estou pronta para saber, por isso ele não pôde alongar demais o discurso.

Só espero que esses encontros tornem a acontecer. Antes eu acordava triste por ver que voltava ao mundo no qual não mais estás, mas hoje em dia eu acordo feliz de ter te revisto. Então, fique à vontade para aparecer quando puder.

E não esqueça que - como a Xena disse para a Gabrielle na despedida do começo da trilogia nórdica - "my love for you is endless".

A.
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